Calebe Francio (MDB), prefeito eleito de Boa Esperança do Norte, projeta um orçamento entre R$ 55 e R$ 60 milhões para viabilizar o primeiro ano de gestão na cidade mais nova do Brasil.
A estimativa foi feita com base nos serviços já prestados na região enquanto distrito. “É um estudo nosso, com base no que já fazemos aqui como região distrital. Esperamos no mínimo entre R$ 55 e R$ 60 milhões para trabalhar, sem contar os investimentos”, afirmou.
A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) deve apresentar uma proposta oficial na próxima semana, esclarecendo o cenário financeiro do município.
O governador Mauro Mendes (União) determinou ao secretário da Sefaz, Rogério Gallo, que busque soluções para garantir a sustentabilidade de Boa Esperança sem comprometer as cidades-mães, Sorriso e Nova Ubiratã. Entre as alternativas estudadas está a criação de um Fundo de Estabilidade, que asseguraria recursos até que a nova cidade desenvolva sua própria arrecadação. “Seria uma espécie de Fundo de Estabilização neste primeiro ou até no segundo ano, para não comprometer os orçamentos de Nova Ubiratã e Sorriso. Essa proposta está em análise. Na próxima semana, em reunião com a Sefaz, saberemos como ficará”, explicou Calebe.
Estrutura administrativa inicial
Além de planejar o orçamento, Calebe definiu a estrutura administrativa de Boa Esperança, que contará com 7 secretarias. As pastas incluem Saúde, Educação, Finanças, Administração, Assistência Social, Agricultura e Obras. A escolha dos secretários está em fase final. “Vamos iniciar com 7 secretarias para consolidar a prefeitura, criar condições de arrecadação própria e planejar investimentos no desenvolvimento da cidade”, disse o prefeito eleito.
Calebe Francio foi escolhido em outubro com 1.937 votos, representando 56,03% dos votos válidos. Ele derrotou o candidato Demétrio (DC), que obteve 1.520 votos. A primeira legislatura da Câmara Municipal terá 9 vereadores, responsáveis por auxiliar na estruturação do município.
Decisão judicial valida criação
O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) rejeitou um recurso de Nova Ubiratã que visava anular o plebiscito e a lei estadual de 2000, responsáveis pela criação de Boa Esperança do Norte. A decisão unânime, relatada pelo juiz Pérsio Landim, contestou a tese de que o plebiscito careceu de quórum qualificado. Segundo Landim, as contestações deveriam ter ocorrido à época e não 24 anos depois. Ele destacou ainda a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2023, que autorizou a realização das eleições neste ano.
O plebiscito registrou a participação de apenas 26% do eleitorado em uma das cidades-mãe e foi amplamente rejeitado por 87% da população de Nova Ubiratã. Apesar disso, a Corte Eleitoral validou o processo, garantindo a autonomia de Boa Esperança. Agora, a cidade avança para consolidar sua estrutura administrativa e trabalhar em estratégias para fomentar o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade de longo prazo.