O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União), criticou duramente a relação entre os secretários estaduais e os deputados. Segundo Botelho, as demandas apresentadas pelos parlamentares não são atendidas, o que, na sua visão, compromete a atuação da ALMT no desenvolvimento de políticas públicas.
Apesar de concordar que o atual governo do qual é apoiador estar apresentando bons resultados, Botelho reclama da falta de abertura para a base aliada em opinar sobre temas importantes com o próprio governador e os membros do primeiro escalão do governo estadual. “O governo Mauro Mendes é um governo que dá resultado, mas não trabalha com quem foi eleito para propor políticas públicas. Toda vez que um deputado procura a Secretaria de Educação (Seduc), dizem que aquele é o planejamento deles. Eles não conversam, não escutam. É como se nós, eleitos, não tivéssemos valor algum”, declarou.
As críticas foram feitas após o deputado Sebastião Rezende, também do mesmo partido de Mauro Mendes, levantar a questão do fechamento da Escola Estadual João Borges Vieira, na comunidade Aparecida do Leste, em Poxoréu. Rezende ressaltou que a escola, com mais de 60 anos de história, foi impactada por uma decisão da Seduc, mesmo após a construção de uma quadra coberta para a instituição. “Isso não faz sentido. É um choque para a comunidade e algo que precisa ser revisto urgentemente. Uma escola histórica não pode ser fechada dessa forma”, destacou Rezende.
Além das críticas ao planejamento educacional, Botelho também apontou dificuldades enfrentadas pelos deputados na apresentação de emendas à Lei Orçamentária Anual (LOA). Ele afirmou que a falta de diálogo e espaço para negociações limita o papel dos parlamentares no direcionamento de recursos e no atendimento às demandas da população. “Quando fazemos uma emenda no orçamento do governo para fazer uma estrada, um asfalto, eles não executam porque foi feito por aqui. Tem que entender que o governo é feito de uma junção e os deputados são cobrados. Até hoje foi dessa forma. Temos que começar a valer o mandato que nos foi outorgado e fazer valer essas políticas pública”, afirmou Botelho.