O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União), se aproxima cada vez mais de uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Deputados estaduais intensificaram as conversas para que Botelho substitua o conselheiro Waldir Teis, que, aos 71 anos, estaria disposto a antecipar a aposentadoria para passar mais tempo com a família.
Apesar de um desempenho discreto nas urnas, ficando em terceiro lugar na disputa pela prefeitura de Cuiabá, Botelho, que liderou o parlamento estadual por quatro mandatos consecutivos, veria na indicação ao TCE uma saída honrosa. A nomeação serviria como reconhecimento pelos serviços prestados ao Legislativo, especialmente em um momento em que ele ficou de fora da próxima Mesa Diretora da ALMT.
As articulações ganharam força na última semana, com Teis mostrando simpatia à ideia de se aposentar, abrindo a vaga para o colega. Caso isso se concretize, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo (União), assumiria a vaga na Assembleia, uma mudança que agradaria à base do governador Mauro Mendes (União). A entrada de Figueiredo no Legislativo é vista como uma jogada estratégica: o político, alvo de investigações da Polícia Federal sobre contratos da Saúde, poderia enfrentar menos exposição pública longe do Executivo, protegendo a imagem do governo.
A saída de Botelho da ALMT para o TCE também significaria o fim de um ciclo de liderança, abrindo espaço para novas figuras no cenário político estadual. Para seus aliados, a nomeação seria uma forma de coroar sua trajetória política. Para o governo estadual, significaria uma base aliada mais forte no Legislativo e a redução de possíveis crises administrativas. As articulações estão no auge. A aposentadoria de Teis e a definição de seu sucessor devem ser decididas nas próximas semanas.