Deputados têm discussão acalorada sobre câmera nas fardas policiais

Fonte: Redação Pauta Livre MT (Foto: Assessoria)

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) foi palco de uma calorosa discussão com a reapresentação do projeto que propõe o uso de câmeras em uniformes policiais. O texto, de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSD), enfrenta dura resistência de outros parlamentares e do governo estadual. O presidente da Comissão de Segurança Pública e Comunitária, Elizeu Nascimento (PL), disparou críticas ao projeto, chamando-o de “fanfarronagem” e alegando inconstitucionalidade. “Wilson Santos vem trazendo esse tema desde 2023, sabendo que cria uma obrigatoriedade inviável ao Estado. Em 2024, reapresentou o texto, mas depois retirou o projeto da pauta”, criticou Elizeu, que também é sargento da reserva.

Wilson defendeu a relevância do projeto ao destacar os benefícios das câmeras para coibir abusos e proteger os policiais. Durante a sessão, ele propôs uma Moção de Aplausos ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por revisitar o uso de câmeras nas abordagens policiais daquele estado. “Esse equipamento traz transparência e resguarda tanto o cidadão quanto o agente de segurança. Nosso apelo é para que o presidente da comissão permita a tramitação do texto”, declarou.

A discussão ganhou novos contornos após repercussão nacional sobre casos de abuso de autoridade em São Paulo, onde as câmeras já estão em uso. Especialistas destacam que a tecnologia contribuiu para a queda na letalidade policial em operações, apontando resultados positivos em estados que adotaram a medida. Apesar dos argumentos, a proposta encontra resistência política e financeira. Um substitutivo de Elizeu sugere que o uso das câmeras seja facultativo, ao invés de obrigatório, limitando o impacto esperado pelo projeto original. O governo estadual também não manifestou apoio, citando custos como barreira.

Enquanto o impasse continua, Wilson insiste na necessidade de avançar com o debate. “A violência é um problema que exige ações concretas. Não podemos permitir que a segurança da população fique em segundo plano por conta de disputas políticas”, afirmou.

O projeto segue sem data para ser apreciado na comissão, mas promete continuar dividindo opiniões dentro e fora da ALMT.