Em uma sessão extraordinária online, os vereadores de Cáceres aprovaram, com uma velocidade impressionante, aumentos salariais para a prefeita, o vice-prefeito e para si próprios. A votação, que durou apenas 30 segundos, aprovou aumentos expressivos: 42,28% para a prefeita Eliene Liberato Dias, que verá seu salário saltar de R$ 21.085,26 para R$ 30 mil, e 49,80% para o vice-prefeito Luiz Landim, que passará a receber R$ 21 mil. Os 15 vereadores também não ficaram para trás, garantindo um reajuste de 28,34%, com aumento de R$ 10.838,13 para R$ 13.909,85. Além disso, mantiveram as verbas indenizatórias de R$ 7,8 mil mensais. Dos 15 parlamentares atuais, oito foram reeleitos na eleição de 6 de outubro e serão beneficiários diretos da decisão.
Porém, enquanto os integrantes do Executivo e do Legislativo celebram os novos salários, o restante do funcionalismo municipal não tem a mesma sorte. Os secretários municipais, por exemplo, permanecem com salários fixos em R$ 13.084,19, enquanto a medida de contenção de despesas, que inclui a suspensão das férias dos servidores entre dezembro e fevereiro, está em vigor.
A aprovação relâmpago do projeto de lei, com tramitação acelerada e protocolado apenas quatro dias antes da votação, gerou questionamentos. A disparidade entre os cortes nos benefícios dos servidores e os generosos aumentos para os cargos políticos tem gerado críticas, especialmente considerando o contexto de dificuldades fiscais. A prefeita havia, poucos dias antes, anunciado medidas de austeridade para controlar as contas públicas.
A justificativa da Mesa Diretora, que argumenta que os reajustes são necessários para ajustar os salários à realidade de outros municípios de Mato Grosso, não apaga a sensação de privilégio. A rapidez na tramitação e a aprovação quase unânime – com apenas uma vereadora se abstendo – deixam no ar a impressão de que, para políticos, a crise fiscal pode ser contornada rapidamente, enquanto para os servidores, as dificuldades são uma constante.
Agora, o projeto segue para a sanção da prefeita, que tem até o fim do ano para oficializar as mudanças, mas a pergunta que fica no ar é: Será que os vereadores serão tão ágeis assim quando forem votar o aumento salarial das camadas mais baixas do funcionalismo público? SABEMOS QUE NÃO!!!