Mato Grosso registrou uma redução de 38,2% no desmatamento na Amazônia Legal entre agosto de 2023 e julho de 2024, em comparação com os 12 meses anteriores. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e destacam o estado como um dos protagonistas nos esforços pela preservação ambiental na região.
A Amazônia Legal, que abrange nove estados brasileiros, teve uma redução média de 30,6% no desmatamento durante o período analisado. De agosto de 2022 a julho de 2023, foram desmatados 2 mil quilômetros quadrados, enquanto nos 12 meses seguintes o número caiu para 1,2 mil km². “Baseado no mapeamento de imagens Sentinel, considerando o critério das cenas prioritárias de maior ocorrência de desmatamento, procedeu-se o cálculo da taxa de desmatamento, e apresentou-se sua evolução histórica. Comparado ao ano anterior, em 2024, houve redução de 30% da taxa de desmatamento na Amazônia Legal”, descreve o relatório do Inpe.
O estudo anual do instituto utiliza tecnologia de imagens de satélite para monitorar a retirada de vegetação nativa nos biomas brasileiros, com destaque especial para a Amazônia. Esse processo inclui a identificação e quantificação das áreas desmatadas, permitindo um acompanhamento detalhado da evolução das taxas de desmatamento. Mato Grosso se destaca não apenas pelo percentual de redução, mas também por demonstrar que é possível conciliar produção agrícola e preservação ambiental. O estado é líder na produção de grãos e carne bovina, setores frequentemente associados ao avanço do desmatamento. Contudo, ações de monitoramento e fiscalização reforçadas têm contribuído para mudar essa realidade.
Especialistas apontam que a redução expressiva no desmatamento está diretamente ligada a políticas públicas voltadas à preservação ambiental, como o fortalecimento da fiscalização por órgãos ambientais estaduais e federais, o incentivo à regularização fundiária e o uso de tecnologia para monitorar áreas críticas.
Outro ponto importante é a atuação de Mato Grosso no combate a atividades ilegais, como a extração clandestina de madeira e o garimpo irregular, que representam grande parte das pressões sobre a floresta amazônica. Programas como o “Lucas do Rio Verde Legal” e parcerias com ONGs e entidades internacionais têm gerado resultados positivos.