MP pede cassação de prefeito eleito de Sorriso

Fonte: Redação Pauta Livre MT (Foto: Divulgação)

O Ministério Público Eleitoral solicitou a cassação da diplomação do prefeito eleito de Sorriso, Alei Fernandes (União Brasil), e de seu vice, Acácio Ambrosini (Republicanos), acusados de envolvimento em um esquema de caixa 2 e doações ilegais durante as eleições municipais de 2024. O pedido, protocolado junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), tem fundamento em evidências de captação e gastos ilícitos de campanha, que incluem doações de empresas e recursos não declarados.

O promotor eleitoral, Márcio Florestan Berestinas, destacou a descoberta de provas substanciais reunidas pela Polícia Federal, apontando que Alei e Acácio teriam sido beneficiados por um esquema financeiro clandestino, que viabilizou o uso de recursos não registrados nas contas de campanha. A investigação revelou trocas de mensagens que indicam o envolvimento de um intermediário, identificado como Nei, que desempenhava um papel crucial na coordenação financeira de ambos os candidatos.

A operação da Polícia Rodoviária Federal trouxe à tona um montante de R$ 300 mil, apreendido na véspera das eleições com um associado à campanha, Wendel, na sede de uma empresa localizada em Sorriso. Os diálogos entre Nei e outros envolvidos indicam claramente que esses recursos foram destinados ao caixa 2 da campanha de Alei Fernandes, com o consentimento do próprio candidato e de seu irmão, Gilson Fernandes, que também está sendo investigado.

Além disso, o promotor alegou que as doações realizadas pelos filhos de Nei Francio, suspeitos de serem provenientes de uma empresa da qual ele é sócio, são irregulares, uma vez que a legislação eleitoral proíbe contribuições de pessoas jurídicas a campanhas.

Operação Rustius e desdobramentos da investigação

Na mesma linha, a Operação Rustius, deflagrada pela Polícia Federal, visou desmantelar um esquema de arrecadação ilícita que teria financiado a campanha de Alei Fernandes. A operação envolveu a apreensão de documentos e a investigação de vários empresários do setor agropecuário, incluindo Gilson Fernandes, irmão de Alei, e Atílio Elias Rovaris, de empresas de lavouras. Também foram alvos da operação as empresas Santa Laura Agronegócios, de Feliz Natal, e L.R. Diesel, localizada em Várzea Grande.

Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu R$ 115 mil na residência de Wendell José de Souza, outro investigado no caso. A investigação continua, com novas diligências previstas para dar maior clareza aos fatos e apurar todos os envolvidos no suposto esquema de fraude eleitoral.

Em meio a essas apurações, o Ministério Público Eleitoral pediu a prisão preventiva de Nei Francio, mas a Justiça optou por apreender seu passaporte. A conclusão da investigação e os próximos passos dependem do andamento das apurações, que ainda seguem sob sigilo.